Comecei esta semana pensando em como conseguir um melhor resultado no trabalho sem que isso venha a ferir aquilo que, ingenuamente, ainda chamo de princípios. Pensei que a melhor forma seria a adaptação.
Começo então tentando entender seu conceito mais geral, ou seja, adaptação é o que torna um organismo capacitado a sobreviver em um determinado hábitat. Esse conceito, que vem da biologia, está ligado também à ideia de seleção natural proposta por Darwin que afirma que organismos adaptados tendem a permanecer no ambiente; e não apenas permanecer, mas principalmente, a se sobressair.
No reino animal uma das formas de adaptação é chamada de mimetismo que consiste na imitação daqueles que estão ao redor fazendo com que aquele corpo seja confundido com outros do mesmo grupo. Levando essa ideia para o mundo corporativo, a tática mais adequada seria compartilhar das mesmas atitudes e condutas daqueles que me cercam. Pensar desta forma, entretanto, seria entender que não há exatamente uma troca entre corpo e ambiente, mas apenas uma imposição do ambiente ao corpo.
Neste sentido, a ideia de auto-organização seria mais adequada já que entende o ambiente, mesmo que corporativo, como um sistema complexo em que a interação permite a troca e a constante adequação comportamental de todos.
Obviamente, numa estrutura organizacional pensar em adaptação de todos é tão insensato quanto inocente. Mas então, como conseguir permanecer íntegra? Ou, Ainda é possível falar em princípios? Eles também estão se adaptando?
Falar em princípios tanto quanto em seleção natural, é falar de normas que se repetem ou que devem ser seguidas e que, portanto, representam padrões rígidos de comportamento. Entretanto, é preciso lembrar que nenhuma rigidez promove mudanças, descobertas e aprendizados. A busca deve ser pautada pelo encontro do equilíbrio, como afirma um autor chamado Kauffman que diz que tanto a seleção natural quanto a auto-organização são parte de um mesmo processo de co-evolução, em que a adaptação ocorre a partir de pequenas mudanças que envolvem uma busca local em um espaço de infinitas possibilidades.