Que existe uma clara e quase óbvia ligação entre a moda e a
cidade, isso muita gente já sabe. Foi no ambiente urbano que a moda surgiu
impulsionada pelo desejo dos burgueses em imitar o modo de vestir dos nobres. Por
sua vez, querendo uma diferenciação com relação aos burgueses, os nobres criavam
algo novo fazendo com que a engrenagem não parasse mais de girar.
Além disso, a moda carrega consigo um caráter político e
social que serve para indexar valores que vão do prestígio ao protesto; do New Look de Christian Dior na Paris dos
anos 40 ao grunge de Seatle nos anos
90.
Essa ligação é claramente percebida em características como efemeridade,
fluidez, construção de sentido. Falar de moda é também traçar uma topologia que
se faz a partir de signos que modelam e ajudam a modelar territórios que muitas
vezes delineiam identidades, as legitimam e por vezes criam intersecções.
E é assim que, a meu ver, se configura o trabalho dos
irmãos grafiteiros conhecidos como “Os Gêmeos” que criaram a estampa "Mosaico" para a nova coleção de echarpes da marca Louis Vuitton.
É a interferência
inscrita no espaço urbano que a princípio se faz num suporte fixo, como os
muros e edifícios, e que passa a compor a paisagem em sua transitoriedade, já
que começa a usar como suporte o corpo em movimento. É a arte de rua que ganha status de hype.