É
o uso que nos dá a noção do modo de ser da cidade e dos seus moradores. Viver a
cidade é reconhecê-la, é ler as sutilezas do seu dia-a-dia e traduzi-la. E é aí
que pode nascer o descompasso entre o que se imaginou e o que de fato foi
encontrado, porque a cidade é uma para quem acaba de chegar e outra para quem
nela já está há algum tempo. É uma para o estrangeiro e outra para quem dela
nunca se afastou.
Na
dinâmica cotidiana é que se confrontam expectativas e vivências que ora se
confirmam deixando com a gente a alegria do acolhimento e ora se negam deixando
claro que o movimento não cessa para quem sempre renova vontades.
De
qualquer forma, desejo é aquilo que a gente carrega, que nos acompanha e nos
move independente de onde estamos ou para onde vamos. É como escreveu Ítalo
Calvino: “os passos seguem não o que se encontra fora do alcance dos olhos, mas
dentro (...)."