sábado, 28 de abril de 2012

Das coisas que gosto (mesmo quando parecem contraditórias)

“Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me
as minhas mutações faiscantes que aqui
caleidoscopicamente registro.” (Clarice Lispector)

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entendo que somos feitos da mistura dos retalhos que costuramos ao longo da vida. por muito tempo pensei que gostar de muitas coisas me levaria a não mergulhar em nada profundamente. para mim era importante ter uma postura que se refletisse um gosto que fizesse sentido, entendendo o “fazer sentido”como coerência, como linearidade e padrão. entendi com o tempo que o que nos constitui é plural e nos permite brincar com a multiplicidade de nossas facetas que podem nos surpreender sem culpa. porque reduzir nossas possibilidades se podemos transitar por todos esses textos inscrevendo-os como palimpsestos em nós?