domingo, 22 de maio de 2011

Porque o que busco ainda não tem resposta

Reencontro uma amiga querida que acaba de chegar de Londres cheia de expectativas por reconstruir seu coração (e sua vida); outro amigo fala via skype da alegria de conseguir um trabalho de verdade na Austrália; outra, ainda, acaba de voltar para os EUA onde vive cheia de esperança de voltar e outro, que não falo há tempos, soube, vai voltar de Barcelona.
E assim acontecem as idas e vindas entre países, entre cidades. Aprendemos muito, conhecemos pessoas incríveis que, muitas vezes, mudam nossa vida. Vemos culturas diferentes, aprendemos o respeito pelo que é diferente de nós, olhamos por outras lentes.
Ganhamos dinheiro, experiência profissional, mas em algum momento, surgem as perguntas: o que é realmente importante? O que estou fazendo é o que gostaria de estar fazendo neste momento? Quanto de alegria e leveza isso me proporciona?
Como dizia Marco Pólo no livro “As cidades invisíveis” de Ítalo Calvino: “de uma cidade não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas as respostas que dá às nossas perguntas”. E, uma vez que nossas perguntas mudam ou ficam sem resposta, pode ser hora de partir; ir em busca de outros diálogos.
E, então, vem a pergunta mais importante: estou em busca de que? Mesmo que essa pergunta nunca seja respondida porque são demais de muitas as coisas que nos movem, sabemos que todas estão dentro do sonho de sermos melhores que ontem.
“As cidades, como os sonhos”, afirmou Marco Pólo, “ são construídas por desejos e medos, ainda que o fio condutor de seu discurso seja secreto, que as suas regras sejam absurdas, as suas perspectivas enganosas e que todas as coisas escondam uma outra coisa”.